O número de usuários de cartões de marca internacional no País tem crescido nos últimos tempos com o crescente surgimento de negócios voltados para a compra e venda online de produtos importados, muitos deles dependentes destes cartões para a aquisição dos bens lá fora. Além dos comerciantes, a compra de bens de uso pessoal no exterior do País por via de sites e lojas virtuais tem-se tornado uma prática cada vez mais recorrente.
Com a evolução tecnológica, a prestação de serviços de publicidade e divulgação nas redes sociais com recurso a ferramentas pagas maioritariamente em moeda estrangeira também tem contribuído para este fenómeno. Gestão de redes sociais, criação e gestão de sites bem como de lojas virtuais e links patrocinados, estão na lista das actividades que mais se destacam. Em todas estas práticas, os cartões pré-pagos de marca internacional Visa e Mastercard ganham destaque.
Numa ronda feita pelo Expansão nos sites dos bancos comerciais que operam no mercado nacional, constatou-se que apenas 9 disponibilizam cartões pré-pagos de marca internacional (7 disponibilizam o VISA e 3 o Mastercard). Entre estes constam, BAI, BFA, BCGA, BIC, BCI, BIR, Sol, Yeto e BCA. Os restantes bancos disponibilizam apenas cartões de marca internacional a crédito (Visa e Mastercard), enquanto outros, como é o caso do BPC, não têm os serviços dos cartões pré-pagos disponíveis.
Além dos efeitos da variação cambial, para efectuar compras e pagamentos no estrangeiro com cartões pré-pagos emitidos em Angola, os utilizadores têm custos com a conversão da moeda, a emissão, anuidade e carregamento dos cartões que variam de acordo com o banco a que o cartão está associado.
Os cartões pré-pagos possuem um custo de emissão que varia entre 2.000 Kz a 35.000 Kz, com anuidades entre os 2.000 Kz e os 50.000 Kz. Para efectuar pagamentos, compras e levantamentos fora de Angola através destes cartões há um custo associado de 3% do valor na maioria dos bancos com excepção apenas do Banco Sol, que cobra uma taxa de 2,5 USD ao câmbio da própria instituição financeira, bem como do BCGA que taxa 2% para as compras.
Os limites mensais de carregamento variam entre 1,5 milhões Kz a 10 milhões Kz, com um limite de uso anual de até 12 milhões Kz. Quanto aos custos para abastecer os cartões, todos os bancos cobram uma taxa de 2% com excepção do BCGA que cobra 12,5% do valor a carregar.
Cartões de crédito de marca internacional
Além dos cartões pré-pagos, existem também os cartões de crédito de marca internacional que podem ser usados para efectuar compras e pagamentos lá fora. Estes com menos expressão em relação aos cartões pré- -pagos movimentaram no primeiro mês cerca de 18,3 mil milhões Kz num total de 1,6 milhões de operações.
A reduzida adesão aos cartões de crédito pode estar, em parte, associada ao facto de este acarretar custos mais elevados em relação aos pré-pagos, sendo usado maioritariamente por empresas e comerciantes.
Na ronda feita pelo Expansão nos sites de alguns dos maiores bancos do mercado nacional foi possível constatar que para os cartões de crédito Visa o custo da emissão varia entre 5.000 Kz e 20.000 Kz, os levantamentos têm um custo de 7,5% do valor e os pagamentos 3%. Quanto aos cartões de débito pode-se mesmo dizer que estão em fase de extinção, já que não se registam movimentos há 7 anos, ou seja, desde 2017 que os angolanos não efectuam movimentos com cartões de débito lá fora.
Fonte: Expansão